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19 de maio de 2009

Adorígine

desperto muito longe
longe como a aurora
aurora do mesmo dia
dia de ontem sempre
sempre sem memória
memória só de sonho
sonho só caminhando
caminhando perdido
perdido e para frente
frente a fome sentida
sentida até nas costas
costas para trás ficam
ficam os olhos no ser
ser passo a passo meu
meu nariz a me guiar
guiar através do chão
chão de passos tortos
tortos pois não pararão
pararão talvez no mar
mar o que é sem volta
volta ao mundo talvez
talvez infinito demais
demais para se ir a pé
pé de calo incansável
incansável não chegar
chegar de onde se vem
vem comigo a vontade
vontade só de ser livre
livre como um nômade
nômade sem ter opção
opção de ficar no lugar
lugar onde se vai aflito
aflito pois existe acolá
acolá sendo onde existe
existe antes de onde vai
vai com o vento levado
levado até quanto pode
pode ser que nunca pare
pare nem para se dormir
dormir é não estar aqui
aqui onde agora desperto